Coisas estranhas - em comum

mas então: sabes, hoje as gaivotas gritam sobre a casa, os bicos em esgares salgados invadem-me o sono e há um ar pesado cheirando a maresia.
(...)
despertei ao som de todos estes gritos (...) em que o meu corpo se quer dizer-te.

blimunda

Charneca

Hoje apetece-me viver perto de uma charneca, sempre, onde o nevoeiro não se dissipasse nunca.

A entrevista

Hoje li uma entrevista de 1993 de um dos meus escritores preferidos (se não mesmo o preferido, a, é uma escritora), que não conhecia. Estranhei o tom irónico, quase "gozão", para com a entrevistadora, quase que dava para "ver" o sorriso longo a um dos cantos da boca, os olhos brilhantes, incisivos. Mas nas palavras está tudo lá, mesmo a doze anos de distÂncia está tudo lá. É bom saber que tanto tempo "depois" tudo é ainda como era, como sempre foi, como é. Que assim seja.

O jardim e as árvores

Ultimamente todos os sonhos têm sido no jardim, entre árvores que não sei o nome. Um jardim escuro, de pedras com musgo e recantos sombrios, húmidos, socalcos e declives, estradões, pequenas construções. Um jardim que não é um jardim, que vive dentro de uma história e de um livro.
Desde sempre que não consigo ver o rosto daqueles com quem sonho, seja no jardim ou noutro lado qualquer.

frutos secos

Um caderno que nasce no outono pode ter outro nome?

frutos secos, com letra pequena e sem casca

de preferência nozes e pinhões.

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